Estudo da Doutrina - Livro A Gênese Por Allan Kardec


45. A primeira revelação teve a sua personificação em Moisés, a segunda no Cristo,  a terceira não a tem em indivíduo algum. As duas primeiras foram individuais, a  terceira coletiva; aí está um caráter essencial de grande importância. Ela é coletiva  no sentido de não ser feita ou dada como privilégio a pessoa alguma; ninguém, por  conseqüência,  pode  inculcar­se  como  seu  profeta  exclusivo;  foi  espalhada  simultaneamente, por sobre a Terra, a milhões de pessoas, de todas as idades e  condições, desde a mais baixa até a mais alta da escala, conforme esta predição  registrada pelo autor dos Atos dos Apóstolos: “Nos últimos tempos, disse o Senhor,  derramarei o meu espírito sobre toda a carne; os vossos filhos e filhas profetizarão, os  mancebos terão visões, e os velhos, sonhos.” (Atos, 2:17­18.) Ela não proveio de  nenhum culto especial, a fim de servir um dia, a todos, de ponto de ligação. 


Primeiramente antes de lermos a Bíblia devemos ter ciência da época, sob qual contexto a mesma foi escrita. Analisar item por item para em seguida trazermos as épocas atuais. Só assim a mesma se tornará inteligível. Deus é único, e Moisés, o Espírito enviado pela Lei de Deus em missão para O fazer conhecer, não somente ao povo hebreu, mas ainda aos outros povos.
Por meio de Moisés ficamos cientes da existência de um único Deus. Deus este invisível mas real. Um Deus punitivo, severo e implacável.
O povo hebreu foi o instrumento de que a Lei de Deus se serviu para fazer a revelação por Moisés e pelos profetas. Em outras palavras não existe outro Deus, o que existem são espíritos evoluídos que são vamos por assim dizer previamente escolhidos por Ele para co-habitar em determinados períodos por um determinado tempo e assim passar aos habitantes do período ensinos importantes, lições morais e espirituais importantes não apenas para sua própria evolução e adiantamento como de seus pares. Podemos citar Moisés, Abraão, Ló, Abel, Enoque, Noé, Sara, Isaque, José, Raabe e tantos outros que vieram posteriormente. Nenhum deles são santos, muito menos deuses mas foram homens e mulheres que tiveram importante participação a atuação junto a evolução moral e espiritual humana. Todos eles a seu modo vamos por assim dizer prepararam o terreno para aquele que com sua passagem neste mundo viria mudar os rumos e a história da humanidade como um todo. Estes homens e mulheres de fé deixaram sua assinatura junto a etapa evolutiva da humanidade como um todo. Sendo que coube a apenas um a maior e mais importante assinatura.
Os problemas da vida desse povo eram destinados a impressionar a todos e, recebendo por Moisés esses conhecimentos, deviam reconhecer o Deus único, divulgando-o a todos os humanos. Os mandamentos da lei, anunciados por Moisés, trazem a semente da mais ampla moral cristã. Moisés não repassou todo o conhecimento pois o povo daquela época não estava preparado ainda e muito menos aberto a grande verdade. Em outras palavras eram crianças espirituais, que precisavam de limites morais e espirituais. Em outras palavras a moral ensinada por Moisés era apropriada ao estado de adiantamento no qual se encontravam os povos que ela devia regenerar, e esses povos, iniciantes quanto ao aperfeiçoamento Espiritual, não teriam compreendido. Qualquer outra lição fora essa seria muito negativo e prejudicial a todos os envolvidos, muitos não acreditariam outros não apenas não acreditariam como também não aceitariam podendo suscitar entre eles uma rebelião séria.Se com as tábuas dos Dez Mandamentos, mesmo nela estando explicitamente proibida a construção de ídolos levantaram entre si ídolos de ouro e a ele encurvaram-se prestando-lhes culto imaginem com a verdade sendo-lhes entregue sem qualquer preparo? A grande maioria era um povo rebelde, ignorante portanto necessitavam sim, mas de limites.Sua manifestação inteligente, notável do ponto de vista da matéria, e mesmo sob o das artes e das ciências, era muito atrasada em moralidade, e não se teriam  disciplinado pela aplicação de uma religião inteiramente espiritual. Era-lhes preciso uma religião semi-material, tal qual lhe oferecia, então, a religião judaica. Assim, os holocaustos falavam aos seus sentidos, enquanto que a ideia de Deus falava ao Espírito. Jesus, o Cristo, foi o iniciador da moral mais pura e mais sublime: a moral cristã que deve renovar o mundo, aproximar os humanos e irmaná-los. 
Por meio de Cristo ficamos cientes da maior revelação. Revelação esta que veio a mudar a forma de pensamento de muitos assim como fez com que Cristo ganhasse muitos inimigos ao longo de seu ministério terreno. A existência da vida após a vida. Ou seja, a total inexistência da morte. Assim como a pluralidade dos mundos.
Mundo este que se nos é destinado conforme nossas ações neste.
Revelando-nos também um Deus justo, clemente dando a seus filhos segundo suas obras.
Pode-se dizer também que o Espiritismo é a terceira revelação da Lei de Deus, mas não está personificada em nenhuma pessoa, porque o Espiritismo é o produto de ensinamento dado, não por uma pessoa, mas pelos Espíritos, que são as ‘vozes’ do mundo espiritual, sobre todos os pontos da Terra, e por uma multidão inumerável de intermediários - os médiuns -, de algum modo, é um ato coletivo compreendendo o conjunto dos seres do mundo espiritual, vindo cada um trazer aos humanos o tributo das suas luzes, para fazê-los conhecer esse mundo espiritual e a vida que nele os espera.
O Espiritismo é a luz, com a ajuda da qual; tudo clareia e se explica com facilidade.
A lei do Antigo Testamento está personificada em Moisés. A do Novo Testamento está personificada em Jesus, o Cristo. 
Este paragrafo vem a encerrar de uma vez por todas a real missão de Cristo na Terra.
Muitos pensam que Cristo veio trazer apenas a espada, quando não.
Na teologia prática que domina o nosso mundo egoísta, Jesus Cristo tem sido reduzido a uma máquina de vendas. Muitas igrejas incentivam a participação em atos religiosos por motivos puramente egocêntricos e materialistas. Pastores arrogantes tratam Jesus Cristo como um mero garoto de recados, obrigado a trazer e entregar tudo que eles exigem.
Em outras tendências religiosas, a humanidade de Jesus é enfatizada tanto que a divindade desaparece. Muitos livros publicados recentemente têm como propósito oferecer novas definições de um Jesus mais humano, menos perfeito e menos divino.
Cristo como bem sabemos é a personificação de Deus, sendo assim o mesmo teve participação na criação. Acompanhando de perto seu desenrolar.
Uma prova disso temos mais uma vez na própria Bíblia senão vejamos:
Considere esta divergência, começando com as palavras de Jesus: “Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se. Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU. Então, pegaram em pedras para atirarem nele; mas Jesus se ocultou e saiu do templo” (João 8:56-59). Não tentaram matar um louco que acreditou ter nascido 2.000 anos antes; eles tentaram matar um homem que afirmou ser eterno, que se diz divino!
Antes do universo passar a existir, o eterno Deus já existia. E antes de Abraão passar a existir, Jesus, o eterno Deus, já existia!
Assim temos conhecimento que Jesus Cristo o Verbo divino existia mesmo antes da criação de todas as coisas, e na obra divina da criação Ele estava presente. Assim Jesus existia em Deus antes do mundo, que por Deus foi criado conjuntamente com Jesus e o Espírito de Deus. Deus designou para Jesus uma missão especial de resgatar a humanidade que se afastara de Deus. Cumpriu sua missão e retornou a casa do Pai.
Se essa afirmação de Jesus é mentira, ele não passa de um blasfemador que merece a rejeição total. Nesse caso, os judeus teriam agido corretamente.
Sendo Cristo a personificação de Deus como vemos aqui: (Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto.
Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta.
Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.
Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.
João 14:6-11)
Cristo é então assim como Deus a expressão máxima da perfeição sendo com isso incapaz de mentir ou praticar qualquer ato torpe ao contrário de nós que somos falhos.
Voltando a real missão do mesmo, Cristo Jesus.
Quando a Bíblia nos diz que Ele veio trazer a espada não foi com intuito de punir, matar.
Mas destruir todo e qualquer engano, farsa. Dissipar toda má obra instaurada e instalada pela humanidade ao longo dos séculos.
Encerrando assim de uma vez por todas a morte
Instaurando a criação original que nos primórdios fora destruída.
O Senhor Jesus não apenas deu a continuidade da grande obra de Deus como coube a Ele concluir com seu sacrifício de sangue essa obra de resgate e restauração.
Quanto ao espiritismo a este cabe permanece e seguir o que Moisés e os demais patriarcas e matriarcas da fé deram início e o Senhor Jesus por sua vez deu continuidade e concluiu.
Sem interrupção ou alteração de percurso.
O ESPIRITISMO é a nova ciência que vem revelar aos homens, por provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual, e suas relações com o mundo corporal;ele no-lo mostra, não mais como uma coisa sobrenatural, mas, ao contrário, como uma das forças vivas e incessantemente ativas da Natureza...” cap I, item 5
Allan Kardec  

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