Estudo da Doutrina



2. Definamos primeiro o sentido da palavra  revelação. Revelar, do latim  revelare,  cuja raiz, velum , véu, significa literalmente sair de sob o véu — e, figuradamente,  descobrir, dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida. Em sua acepção vulgar  mais genérica, essa palavra se emprega a respeito de qualquer coisa ignota que é divulgada, de qualquer ideia nova que nos põe ao corrente do que não sabíamos. Deste ponto de vista, todas as ciências que aos fazem conhecer os mistérios da Natureza  são  revelações e pode  dizer-­se que há  para  a  Humanidade  uma revelação incessante. A Astronomia revelou o mundo astral, que não conhecíamos; a  Geologia revelou a formação da Terra; a Química, a lei das afinidades; a Fisiologia,  as  funções  do  organismo,  etc.; Copérnico, Galileu,  Newton,  Laplace,  Lavoisier  foram reveladores.

REVELAÇÃO

Sentido literal: do latim revelare, sair de sob o véu.
Sentido figurado: dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida.
Sentido  vulgar: qualquer coisa ou ideia nova que nos põe ao corrente do que não sabíamos.
Allan Kardec –A Gênese –Cap. I
Em outras palavras todas as ciências são o que podemos dizer ramificações da revelação.
Pois todas elas, cada uma a seu modo se nos revela o oculto. O que nos era desconhecido.
A partir do momento que tememos a revelação, um mundo novo, de novos aprendizados, novas descobertas se fecham para nós.
Deixando-nos ignorantes e alienados acerca dos fatos que muitas vezes se descortinam ante nossos olhos.
Fatos estes que de nada tem por sobrenatural ou mesmo extraordinário. Encontrando fácil elucidação no campo cientifico. Ou seja, revela-nos o motivo, a razão, causa e o porque daquilo.
Se assim não fosse, ou seja, se não houvesse a participação da ciência mui certamente estaríamos na idade das trevas.
Onde o comum, vulgar, facilmente elucidado seria tido por bruxaria, algo demoníaco. Ou uma praga divina.
Levando-nos a um temor, receio sem motivo algum.
A ciência e a religião são os dois caminhos da cultura humana. Um revela as leis do mundo material e o outro as leis do mundo moral. Mas, qualquer um deles, tendo o mesmo princípio que é Deus, não podem ser contrários. Se eles são a negação um do outro, um obrigatoriamente é errado e a outro certo, porque Deus nunca destruiria Sua própria obra. A oposição que se acreditava ver entre esses dois caminhos de cultura prende-se a um defeito de observação e a muito de egoísmo e vaidade de uma parte e da outra. Daí o conflito de onde nasceram a incredulidade e a intolerância de uns para com os outros. Os tempos são chegados em que os ensinamentos de Jesus, o Cristo, devem receber novas luzes. Em que o véu ‘simbólico’, lançado sobre algumas partes desse ensinamento, deve ser tirado. Em que a ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, deve inteirar-se do elemento espiritual, e em que a religião, parando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria, assim, essas duas forças, - ciência e religião ou Conhecimento e Moral -, apoiando-se uma sobre a outra, e andando juntas, se prestarão um mútuo apoio.  A ciência e a religião ainda não puderam se entender, porque, cada uma examinando as coisas sob seu ponto de vista exclusivo, se atacam mutuamente. Seria preciso alguma coisa para preencher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse. Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo material, leis tão imutáveis como as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres. Essas relações, uma vez constatadas pela experiência, uma luz nova se fez: a fé se dirigiu à razão, a razão não encontrou nada de ilógico na fé, e o materialismo ficou desmascarado. Mas nisso, como em todas as coisas, há pessoas que permanecem para trás, até que  sejam arrastadas pela  correnteza geral que as forçará a seguir sem que possam resistir-lhe. É melhor a ela se abandonarem. É toda uma revolução moral que se opera neste momento e trabalho dos Espíritos. Depois de elaborada durante mais de vinte séculos, ela se aproxima do seu cumprimento, e vai marcar uma era nova na Humanidade. As consequências dessa revolução são fáceis de prever. Deve trazer, nas relações sociais, inevitáveis modificações, às quais não está no poder de ninguém se opor, porque estão nos desígnios da Lei de Deus e resultam da lei do progresso, que é uma das Leis de Deus.
A ciência não pode ser vista como um inimigo a ser combatido, mas um aliado.
Se não fosse a ciência a humanidade ainda sucumbiria a males tratáveis e curáveis.
Não teríamos as tecnologias que se nos facilitam a vida.
Os homens que fazem avançar o progresso humano através da Ciência também são homens de fé que um dia inevitavelmente encontrarão Deus através de suas pesquisas. Acredito que os mais sinceros em suas buscas, que não extrapolam do bom senso e da ética, irão encontrá-lo antes de muitos religiosos, pois, além de alargarem os horizontes do conhecimento, estarão interagindo com as obras de Deus ao se entregarem às pesquisas da natureza humana, planetária e cósmica. 
Fé e ciência coexistem e apesar de muitos estudiosos confrontarem as duas áreas, cada vez mais encontramos cientistas cristãos que não negam suas crenças em Deus e nem encontram motivos para desistir da fé.



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