Estudo da Doutrina - A Gênesi



Senhoras e senhores leitores do Blog bem vindos ao nosso Segundo Estudo da doutrina.

7. No sentido especial da fé religiosa, a revelação se diz mais particularmente das  coisas espirituais que o homem não pode descobrir por meio da inteligência, nem  com o auxílio dos sentidos e cujo conhecimento lhe dão Deus ou seus mensageiros,  quer por meio da palavra direta, quer pela inspiração. Neste caso, a revelação é  sempre feita a homens predispostos, designados sob o nome de  profetas  ou   messias ,  isto é, enviados ou missionários ,  incumbidos  de  transmiti­la  aos  homens.  Considerada  debaixo  deste  ponto  de  vista,  a  revelação  implica  a  passividade  absoluta e é aceita sem verificação, sem exame, nem discussão. 
8. Todas as religiões tiveram seus reveladores e estes, embora longe estivessem de  conhecer  toda  a  verdade,  tinham  uma  razão  de  ser  providencial,  porque  eram  apropriados ao tempo e ao meio em que viviam, ao caráter particular dos povos a  quem falavam e aos quais eram relativamente superiores.  Apesar dos erros das suas doutrinas, não deixaram de agitar os espíritos e,  por isso mesmo, de semear os germens do progresso, que mais tarde haviam de  desenvolver-se, ou se desenvolverão à luz brilhante do Cristianismo.  É, pois, injusto se lhes lance anátema em nome da ortodoxia, porque dia  virá em que todas essas crenças tão diversas na forma, mas que repousam realmente  sobre um mesmo princípio fundamental — Deus e a imortalidade da alma, se  fundirão numa grande e vasta unidade, logo que a razão triunfe dos preconceitos. Infelizmente, as religiões hão sido sempre instrumentos de dominação; o  papel de profeta há tentado as ambições secundárias e tem-se visto surgir uma  multidão de pretensos reveladores ou messias, que, valendo-­se do prestígio deste  nome, exploram a credulidade em proveito do seu orgulho, da sua ganância, ou da  sua indolência, achando mais cômodo viver à custa dos iludidos. A religião cristã  não pôde evitar esses parasitas. A tal propósito, chamamos particularmente a atenção para o capítulo XXI  de O Evangelho se segundo o Espiritismo ; “Haverá falsos Cristos e falsos profetas”. 
9.  Haverá  revelações  diretas de Deus  aos homens? É  uma  questão  que  não  ousaríamos  resolver,  nem  afirmativamente, nem  negativamente,  de  maneira  absoluta. O fato não é radicalmente impossível, porém, nada nos dá dele prova certa.  O que não padece dúvida é que os Espíritos mais próximos de Deus pela perfeição  se  imbuem  do  seu  pensamento  e  podem  transmiti-­lo.  Quanto  aos  reveladores  encarnados, segundo a ordem hierárquica a que pertencem e o grau a que chegaram  de saber, esses podem tirar dos seus próprios conhecimentos as instruções que  ministram, ou recebê-­las de Espíritos mais elevados, mesmo dos mensageiros diretos  de Deus, os quais, falando em nome de Deus, têm sido às vezes tomados pelo próprio Deus.


Fé (do Latim fide) é a adesão de forma incondicional a uma hipótese que a pessoa passa a considerar como sendo uma verdade sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que se deposita nesta ideia ou fonte de transmissão. 

A fé acompanha absoluta abstinência de dúvida pelo antagonismo inerente à natureza destes fenômenos psicológicos e da lógica conceitual. 
No contexto religioso, "fé" tem muitos significados. 
Às vezes quer dizer lealdade a determinada religião. Nesse sentido, podemos, por exemplo, falar da "fé cristã" ou da "fé islâmica".
A fé é um elemento indispensável para quem deseja viver para Deus. A fé torna o ser humano mais forte, capacitando-o a suportar as adversidades e equipando-o a viver uma vida que agrada ao Senhor.
A fé é a confiança da criatura em seus destinos, é o sentimento que a eleva à infinita Potestade, é a certeza de estar no caminho que vai ter à verdade. A fé cega é como farol cujo vermelho clarão não pode traspassar o nevoeiro; a fé esclarecida é foco elétrico que ilumina com brilhante luz a estrada a percorrer.
Ninguém adquire essa fé sem ter passado pelas tribulações da dúvida, sem ter padecido as angústias que embaraçam o caminho dos investigadores. Muitos param em esmorecida indecisão e flutuam longo tempo entre opostas correntezas. Feliz quem crê, sabe, vê e caminha firme. A fé então é profunda, inabalável, e habilita-o a superar os maiores obstáculos. Foi neste sentido que se disse que a fé transporta montanhas, pois, como tais, podem ser consideradas as dificuldades que os inovadores encontram no seu caminho, ou seja, as paixões, a ignorância, os preconceitos e o interesse material.
Geralmente se considera a fé como mera crença em certos dogmas religiosos, aceitos sem exame. Mas a verdadeira fé está na convicção que nos anima e nos arrebata para os ideais elevados. Há a fé em si próprio, em uma obra material qualquer, a fé política, a fé na pátria. Para o artista, para o pensador, a fé é o sentimento do ideal, é a visão do sublime fanal aceso pela mão divina nos alcantis eternos, a fim de guiar a Humanidade ao Bem e à Verdade.

É cega a fé religiosa que anula a razão e se submete ao juízo dos outros, que aceita um corpo de doutrina verdadeiro ou falso, e dele se torna totalmente cativa. Na sua Impaciência e nos seus excessos, a fé cega recorre facilmente à perfídia, à subjugação, conduzindo ao fanatismo. Ainda sob este aspecto, é a fé um poderoso incentivo, pois tem ensinado os homens a se humilharem e a sofrerem. Pervertida pelo espírito de domínio, tem sido a causa de muitos crimes, mas, em suas conseqüências funestas, também deixa transparecer suas grandes vantagens.
Ora, se a fé cega pôde produzir tais efeitos, que não realizará a fé esclarecida pela razão, a fé que julga, discerne e compreende? Certos teólogos exortam-nos a desprezar a razão, a renegá-la, a rebatê-la. Deveremos por isso repudiá-la, mesmo quando ela nos mostra o bem e o belo? 
Esses teólogos alegam os erros em que a razão caiu e parecem, lamentavelmente, esquecer que foi a razão que descobriu esses erros e ajudou-nos a corrigi-los.
A razão é uma faculdade superior, destinada a esclarecer-nos sobre todas as coisas. Como todas as outras faculdades, desenvolve-se e engrandece pelo exercício. A razão humana é um reflexo da Razão eterna. É Deus em nós, disse São Paulo. Desconhecer-lhe o valor e a utilidade é menosprezar a natureza humana, é ultrajar a própria Divindade. Querer substituir a razão pela fé é ignorar que ambas são solidárias e inseparáveis, que se consolidam e vivificam uma à outra. A união de ambas abre ao pensamento um campo mais vasto: harmoniza as nossas faculdades e traz-nos a paz interna.
A fé é mãe dos nobres sentimentos e dos grandes feitos. O homem profundamente firme e convicto é Imperturbável diante do perigo, do mesmo modo que nas tribulações. Superior às lisonjas, às seduções, às ameaças, ao bramir das paixões, ele ouve uma voz ressoar nas profundezas da sua consciência, instigando-o à luta, encorajando-o nos momentos perigosos.
Para produzir tais resultados, necessita a fé repousar na base sólida que lhe oferecem o livre exame e a liberdade de pensamento. Em vez de dogmas e mistérios, cumpre-lhe reconhecer tão-somente princípios decorrentes da observação direta, do estudo das leis naturais. Tal é o caráter da fé espírita.
A filosofia dos Espíritos vem oferecer-nos uma fé racional e, por isso mesmo, robusta, O conhecimento do mundo invisível, a confiança numa lei superior de justiça e progresso imprime a essa fé um duplo caráter de calma e segurança.
Efetivamente, que poderemos temer, quando sabemos que a alma é imortal e quando, após os cuidados e consumições da vida, além da noite sombria em que tudo parece afundar-se, vemos despontar a suave claridade dos dias infindáveis?
Essencialidades da ideia de que esta vida não é mais que um instante no conjunto da existência integral, suportaremos, com paciência, os males inevitáveis que ela engendra. A perspectiva dos tempos que se nos abrem dar-nos-á o poder de dominar as mesquinharias presentes e de nos colocarmos acima dos vaivéns da fortuna. Assim, sentir-nos-emos mais livres e mais bem armados para a luta.
O espírita conhece e compreende a causa de seus males; sabe que todo sofrimento é legítimo e aceita-o sem murmurar; sabe que a morte nada aniquila, que os nossos sentimentos perduram na vida de além-túmulo e que todos os que se amaram na Terra tornam a encontrar-se, libertos de todas as misérias, longe desta lutuosa morada; conhece que só há separação para os maus. 
Dessas crenças resultam-lhe consolações que os indiferentes e os cépticos ignoram. Se, de uma extremidade a outra do mundo, todas as almas comungassem nessa fé poderosa, assistiríamos à maior transformação moral que a História jamais registrou.
Mas essa fé, poucos ainda a possuem, O Espírito de Verdade tem falado à Terra, mas insignificante número o tem ouvido atentamente. Entre os filhos dos homens, não são os poderosos os que o escutam, e, sim, os humildes, os pequenos, os deserdados, todos os que têm sede de esperança. Os grandes e os afortunados têm rejeitado os seus ensinos, como há dezenove séculos repeliram o próprio Cristo. Os membros do clero e as associações sábias coligaram-se contra esse “desmancha-prazeres”, que vinha comprometer os interesses, o repouso e derruir-lhes as afirmações. Poucos homens têm a coragem de se desdizerem e de confessarem que se enganaram. O orgulho escraviza-os totalmente! Preferem combater toda a vida esta verdade ameaçadora que vai arrasar suas obras efêmeras. Outros, muito secretamente, reconhecem a beleza, a magnitude desta doutrina, mas se atemorizam ante suas exigências morais. Agarrados aos prazeres, almejando viver a seu gosto, Indiferentes à existência futura, afastam de seus pensamentos tudo quanto poderia induzi-los a repudiar hábitos que, embora reconheçam como perniciosos, não deixam de ser afagados. Que amargas decepções irão colher por causa dessas loucas evasivas!
A nossa sociedade, absorvida completamente pelas especulações, pouco se preocupa com o ensino moral. Inúmeras opiniões contraditórias chocam-se; no meio desse confuso turbilhão da vida, o homem poucas vezes se detém para refletir.Mas todo ânimo sincero, que procura a fé e a verdade, há de encontrá-la na revelação nova. Um influxo celeste estender-se-á sobre ele a fim de guiá-lo para esse sol nascente, que um dia Iluminará a Humanidade Inteira. (Leon Denis, Depois da Morte, Quinta Parte, cap. 44.).
A fé é essencial para o homem, ela nos oferece consolação, coragem e resignação nos momentos difíceis da vida, porém se esta fé é puramente emocional e não resiste a qualquer questionamento mais racional, como poderemos viver em paz e segurança?
A fé sincera e verdadeira é sempre calma, dá a paciência que sabe esperar, porque, apoiando-se na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de atingir o objetivo. A fé vacilante sente sua própria fraqueza; quando é estimulada pelo interesse, torna-se enfurecida e acredita que, aliando-se à violência, obterá a força que não tem. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrário, é uma prova de fraqueza e dúvida de si mesmo.
Ideologias, partidos políticos, agremiações filosóficas, estilos de vida, crenças e cultos religiosos.
É normal termos vasta diversidade de escolha entre estes conceitos, porém a repercussão deles pode trazer para a sociedade males como o fanatismo, os impulsos passionais e o radicalismo, por exemplo.
Nem sempre o problema é a religião em si. O comportamento rígido embutido historicamente nas religiões e algumas agremiações, alimentam esses equívocos de mentalidade.
É preciso levar em conta também que quando se trata de conflitos de crenças e ideologias, a arrogância, a prepotência, a incapacidade de compreender e de aceitar o diferente assumem proporções mais agressivas. Sabe qual é a raiz de tudo isso? O orgulho e o egoísmo, aliado ao fanatismo da exclusividade.
A proposta espírita é tratar a fé cristã racionalmente. Portanto propõe a exposição e não a imposição.
Como consequência não faz proselitismo. Kardec dizia que o Espiritismo seria mais indicado para os sem religião. Reafirmava que sempre seria melhor um bom religioso de qualquer outra religião do que um mau espírita.
O Espiritismo frente às outras religiões não se coloca como a religião do futuro, mas o futuro das religiões. Por quê? A pesquisa que empreendeu sobre a fenomenologia das relações entre espíritas nas suas várias dimensões, pode interessar e atualizar o posicionamento das religiões.
Na realidade pouco importa a que religião pertencemos, o mais importante é possuir um comportamento de religiosidade, norteado por um caráter sólido e bases éticas depositadas nas próprias ações.
Em boa definição é indiferente o rótulo utilizado para nossa apresentação na vida social, apenas o bem que fazemos e a nobreza que imprimimos em nossos atos, são capazes de dizer se a religião que abraçamos é a melhor, pois isso só pode ser medido quando ela nos faz melhor.
“TODA RELIGIÃO QUE NÃO MELHORAR O HOMEM NÃO ATINGE SUA FINALIDADE.” (Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo).
Todas ensinam coisas maravilhosas, portanto, "reconhece-se o verdadeiro discípulo, pela sua transformação moral, e pelo esforço que faz para domar as más inclinações."A religião de Deus não é o Catolicismo, o Protestantismo, o Espiritismo, etc.. 
A religião de Deus é o “AMOR”, ou seja, a paciência, a tolerância, o respeito, a caridade, o perdão, a piedade, enfim, todo sentimento que deriva da palavra “AMOR”. Pois, disse Jesus que “A cada um segundo suas obras”, e não “a cada um segundo sua religião”.
Cada um deve vivenciar a religião de Deus em todos os lugares que estiver: no lar, na rua, no trabalho, etc., e frequentar a religião que se achar com maior afinidade, mais feliz, e mais útil para auxiliar o seu progresso espiritual e, consequentemente, o progresso do planeta.




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